História do Câncer

O câncer, pelo que se sabe hoje, é resultado de mutação genética. Como, desde o início da vida houve mutação, é razoável imaginar que a doença sempre existiu. A mais antiga evidência de câncer, no entanto, remonta a 8.000 a.C. O tipo mais comum de neoplasia encontrada em fósseis, e ainda assim raramente, é o osteossarcoma, um câncer ósseo. Para encontrar um único caso, é necessário estudar cerca de 5.000 fósseis com joelhos preservados. As primeiras descrições de tumores foram encontradas em papiros do Egito, e datam de 1.600 a.C.

Existem também documentos na Índia, de 600 a.C., que descrevem lesões na cavidade bucal parecidas com câncer. O que fundamenta a teoria é que, por estudos arqueológicos, se sabe que aquela população comia sementes que são cancerígenas. Mas não podemos “botar a mão no fogo”. Escritos antigos dos gregos e romanos referem-se, muitas vezes, a palavra “tumor”, mas pode ser qualquer tipo de inchaço ou algo maior do que deveria ser.

Foi justamente um grego, Hipócrates, que cunhou a palavra "câncer". O "pai da medicina", como é conhecido, viveu entre 460 e 370 a.C. e usou os termos "carcinos" e "carcinoma" para descrever certos tipos de tumores. Em grego, querem dizer "caranguejo", pelo aspecto do tumor, as projeções e vasos sanguíneos ao seu redor fazem lembrar as patas do crustáceo. Alguns séculos depois, entre 130 e 200 d.C., viveu Galeno, um médico romano. Considerado a maior autoridade na área por, ao menos, mil anos, ele foi referência no tratamento do câncer. Foi Galeno quem determinou que a doença era incurável e que, uma vez diagnosticada, havia pouco a fazer.

A medicina só começou a ter avanços significativos na Renascença, no século XV, quando floresceram por todos os lados cientistas e artistas, especialmente na Itália.
Michelangelo, um desses artistas, teria retratado em sua famosa escultura "A Noite" (La Notte), uma mulher com câncer de mama. A teoria baseia-se no aspecto disforme de seu seio, que, a considerar a habilidade do escultor, não foi casual.

Os incríveis avanços da Biologia Molecular permitiram compreender o câncer a partir das alterações no material genético de suas células. Mutações em determinados genes alteram os comandos de divisão, diferenciação e morte celular, permitindo sua multiplicação desenfreada. Com seus mecanismos de controle da divisão inoperantes passam a se multiplicar independentemente das necessidades do organismo.
Por meio de sucessivas divisões, a célula, agora chamada de maligna, acaba formando um agrupamento de células praticamente idênticas que recebe o nome de tumor. Diante dessa perda de controle intrínseca da multiplicação celular, só resta ao organismo tentar identificar e destruir essas células anormais por intermédio do seu Sistema Imunológico. Se esse sistema mostrar-se ineficaz, a doença passará a ter condições de evoluir.

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